"Existe um país
onde as pessoas quase não falam. É o país da grande fábrica de palavras. Neste
estranho país é preciso comprar e engolir as palavras para pronunciá-las. A
grande fábrica de palavras trabalha de dia e de noite. As palavras que saem das
suas máquinas são tão variadas quanto as linguagens. Há palavras que são mais
caras que outras e que raramente são ditas; a não ser que sejamos muito ricos!
No país da grande fábrica, falar sai caro!"
As palavras e a linguagem são um património pessoal de cada um para reconhecer o mundo e identificar as coisas, os seus nomes e estabelecer uma relação com os outros. Nós somos as palavras que temos e o mundo de que somos feitos é desenhado pelo nosso vocabulário. Lemos e escrevemos usando esse recurso com o qual nos relacionamos com o mundo.
A grande fábrica de
palavras foi
uma das histórias lidas a crianças do 2.º ano para em conjunto percebermos de
onde vem as palavras, que valor elas têm quando usadas, como as utilizamos para
exprimir emoções. Existe um país em que as pessoas não falam, é o país da
grande fábrica de palavras. E nesse país as palavras que se usam têm de ser
compradas. Como as utilizam quem tem menos recursos para as comprar? Como
comunicam com os outros? E, afinal quais são as palavras mais importantes, as
que guardamos com especial cuidado?
Primeira descoberta a
realizar. Sendo tão importantes, onde estão as palavras, como acedemos a elas?
E o que nos dão elas? Exprimir o que sentimos, o que queremos dizer. As
palavras moram em nós. Ler é assim uma das formas de imaginar novas
possibilidades para tudo o que imaginamos.
Segunda descoberta.
Que palavras podemos oferecer aos outros? Que palavras pensamos quando
imaginamos algo para oferecer a alguém especial, alguém que nos toca? Que
palavras imaginaram as crianças oferecer? E essas palavras foram escolhidas
porque se relacionam com algo importante na vida de cada um...
Terceira descoberta. As nossas palavras são assim pois formas de construção do nosso mundo e de nos construirmos nele. As nossas palavras apresentam-se como os nossos próprios limites, das nossas possibilidades nessa construção. Alargar o seu conhecimento e o seu uso é uma forma de dar mais amplitude ao que podemos ser.
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