quinta-feira, 23 de abril de 2020

Dia Mundial do Livro

Para comemorar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, a Biblioteca pediu aos alunos do 1º Ciclo que respondessem à questão " O que é este objeto a que vulgarmente chamamos livro?"





segunda-feira, 6 de abril de 2020

Livro "A Minha Avó tem Coronavírus"


Acede ao livro aqui

O livro faz parte da coleção «Tudo vai ficar bem», composta por diversos livros infantis e juvenis a editar regularmente ao longo das próximas semanas, relacionados com a atual crise sanitária que estamos a viver.

Livro "Quando a minha escola abrir" em PDF

Quando a minha Escola abrir

Uma história narrada por sete crianças que vivem o fecho da escola e estes tempos de confinamento, e sonham com o momento da sua reabertura.

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Novo livro da "Ideias com História" em livre acesso (PDF)

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Mensagem do dia Internacional do Livro Infantil


Para comemorar o dia dedicado a Hans Christian Andersen, o IBBY Internacional divulga, ele próprio, um cartaz e uma mensagem. Este ano da responsabilidade da Eslovénia, o texto é da autoria do escritor Peter Svetina.
O tema deste ano é «Fome de palavras», aqui bem representado pela ilustração de André Letria. 

FOME DE PALAVRAS 

Na minha terra, os arbustos florescem em finais de abril, início de maio, e logo se enchem de casulos de borboletas. Parecem bolas de algodão ou pedacinhos de algodão doce, mas as crisálidas que ali se desenvolvem devoram folha após folha, até os arbustos ficarem despidos. Quando as borboletas saem destes casulos, iniciam os seus voos delicados, mas os arbustos não são destruídos. E quando chega o Verão, florescem novamente, e assim acontece ano após ano.
É isto que sucede ao escritor e ao poeta. São devorados, esvaziados pelas suas histórias ou poemas: quando estes já estão escritos, saem a voar para acabar nos livros e poderem encontrar os seus ouvintes ou leitores. E isto repete-se uma vez, e outra vez.
O que acontece aos poemas e às histórias? Conheço um menino que foi operado aos olhos. Depois da cirurgia, teve de ficar duas semanas deitado sobre o lado direito. Durante um mês, não pode ler, não pode ler mesmo nada. Quando ao fim de um mês e meio pegou finalmente num livro, parecia que o livro era uma tigela onde apanhava palavras à colher. Como se as comesse.
Como se verdadeiramente as comesse. Conheço uma rapariga que cresceu e é agora professora. Disse-me: coitadas das crianças a quem os pais não leem livros. 
As palavras nos poemas e nos contos são comida. Não são comida para o corpo: ninguém pode encher o estômago com elas. São comida para o espírito e para a alma.
Quando temos fome e sede, o estômago encolhe-se e a boca seca. Procuramos um pedaço de pão, um prato de arroz, de milho, um peixe ou uma banana. Quanto mais fome se tem, mais a atenção diminui, e já não se vê mais nada para lá do pedaço de comida que nos saciaria.
A fome de palavras não se manifesta deste modo, mas adquire a forma da melancolia, do esquecimento, da arrogância. As pessoas que sofrem este tipo de fome não percebem que as suas almas tremem de frio e lhes passam ao lado. Uma parte do mundo foge-lhes das mãos sem que disso tenham consciência.
Esta fome pode ser saciada com contos e poemas.
Mas haverá esperança para aqueles que nunca se alimentaram de palavras para satisfazer a fome?
Sim, há. O menino lê quase todos os dias. A menina que já cresceu e se tornou professora lê histórias aos seus alunos. Todas as sextas. Todas as semanas. Se um dia se esquecer, os alunos vão lembrá-la.
E quanto ao escritor e ao poeta? Quando chegar o Verão, ficarão novamente verdes. E mais uma vez serão comidos pelas histórias e pelos poemas que escrevem, que voarão em todas as direções, como borboletas. Uma vez, e ainda outra vez.

Peter Svetina (n. 1970, Ljubljana, Eslovénia) 
Tradução: Maria Carlos Loureiro 

Dia Internacional do Livro Infantil: «Os Livros» de Manuel António Pina e uma sugestão de leitura



Os LIVROS
É então isto um livro,
este, como dizer?, murmúrio,
este rosto virado para dentro de
alguma coisa escura que ainda não existe
que, se uma mão subitamente
inocente a toca,
se abre desamparadamente
como uma boca
falando com a nossa voz?
É isto um livro,
esta espécie de coração (o nosso coração)
dizendo "eu"entre nós e nós?

Para os mais pequenos uma sugestão de leitura: "A menina dos Livros" de Oliver Jeffers e Sam Wiston