terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Feira do livro na biblioteca



Filosofia para crianças / leituras - Os tesouros do Leopoldo (II)

No diálogo com a História Os Tesouros de Leopoldo fomos pensando e conversando sobre o que pode ser um tesouro e tal como o Leopoldo o que podemos pensar para colocar e juntar num frasco. Que coisas poderíamos juntar? Com algumas ideias as crianças ilustraram um frasco e pensaram em alguém a quem o oferecer, ou que sentimento poderia estar associado. Em baixo estão algumas dessas ideias e pensamentos em forma de desenho. 

E pensámos o que era juntar coisas (colecionar); onde encontrar coisas bonitas para oferecer a alguém de quem se gosta, como a família, ... e que coisas oferecer? as pedrinhas da praia, as folhas das árvores, o sol e as suas cores, o mar e o seu barulho, as estrelas e o seu brilho. Será possível oferecer essas coisas?.... E quais poderiam ser as mais interessantes, as escolhidas?

Com o seu tesouro tentaram exprimir que "coisas" poderiam colecionar ou pensar. Em baixo alguns dos tesouros e os seus pensamentos. 

 
 


Filosofia para crianças - Os tesouros de Leopoldo

 

Pontos de partida 

O Leopoldo coleciona coisas. Em casa, guarda cuidadosamente coisas de que não se quer esquecer. Coleciona assim pequenos tesouros. Um dia, o Leopoldo faz uma amiga e com ela começa uma nova coleção onde guarda as memórias de coisas que os dois viram e fizeram juntos. Um dia ela vai viver para uma outra cidade que é distante da que Leopoldo vive e assim vão se separar. O que acontecerá aos tesouros de cada um? O que acontecerá à sua amizade?

A partir desta história, com uma sala do Jardim de infância (ABL) pensámos um pouco sobre o que pode ser um tesouro? Que tamanho pode ter? O tesouro terá de ser uma coisa, ou poderá ser algo como uma pessoa? E assim que coisas se podem colecionar ou juntar? 

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Na memória de Rómulo de Carvalho

Existem palavras plantadas há muito, memória de um caminho que foi feito de plena curiosidade. Muitos gestos feitos com a imaginação a sondar os possíveis chegam a nós, aprendizes desta experiência feita mundo. Descobri-los e aprender com eles é compreender o que ficou tantas vezes perdido nas balizas do utilitário. Rómulo de Carvalho foi um ser excecional. Ele e o seu amigo António Gedeão criaram textos, experiências, manifestos culturais e científicos de infinitas multiplicidades. Com eles encontramos a divulgação científica, o artigo, o livro, o poema, o sonho de vencer o preconceito e a ignorância pela luta diária do pensamento. Que pessoas moravam em Rómulo e António Gedeão? 

Falamos modestamente e limitadamente dele, relendo um pouco das suas Memórias onde vive a sua experiência humana de um pouco mais de oito décadas, a sua perturbante honestidade de nos falar das grandezas e das misérias humanas. Lemos alguns poemas e com os professores de Físico - Química / Português foi possível alguns poderem experimentar experiências diversas que Rómulo criou nos seus livros de divulgação científica (centro de massa, periscópio, objetos magnetizados) e falar um pouco sobre as ideias que elas, as experiências e o poemas continham.

E ouvimos pelos alunos do 5.º B o poema "Lágrima de preta" que lendo "a inteligência das coisas" mostrava no seu tempo e neste como as separações por cor e outras são a negação da vida humana em si. Rómulo de Carvalho, um homem de um outro Renascimento fez da curiosidade uma experiência de sabedoria, até quando duvidava de si próprio e das suas capacidades. Foi disponibilizado um folheto sobre Rómulo e António Gedeão nesse jeito dele, "para si meu amigo..."

E fixámo-nos nestas palavras das suas Memórias, uma linha de vida...

" preciso de amor constante, o amor que se exprime em cada gesto e em cada olhar do quotidiano, mesmo sem contatos, sem palavras, sem premeditações, espontâneo, natural. Amor é um termo ambíguo que se presta a ridicularizar quem o pronuncia. Mas este de que falo não é o que nos faz supor de olhos brancos, em alvo. O amor de que falo é o que se opõe ao ódio, à violência, à dissimulação, ao orgulho, à prepotência, a todas essas "virtudes" que adornam os humanos com os loiros dos triunfos."

"Sejamos modestos. Compreendamos que tudo quanto podemos pensar está limitado pelas nossas condições físicas, pelo meio cultural, por todos aqueles que nos antecederam. Sejamos modestos. Eu nem sei sequer como são as coisas que vejo. Só sei como as vejo. Sejamos modestos nas nossas “certezas” e na defesa das nossas “razões”. É comum ver os seres humanos encolerizarem-se para impor as suas razões. Eu, pessoalmente, pouca importância atribuo às razões de cada um porque a razão é uma coisa que todos têm.  Há alguém que não tenha  razão? Não conheço”. (Memórias, p. 393)


Atividades de leitura - A maior flor do mundo (I)


Pensar as nossas escolhas, o que decidimos fazer e ou escolher são apenas algumas das possibilidades que o pensar nos permite concretizar. Como pensamos? Com palavras, com as emoções, com aquilo que nos envolve? No pensamento e no pensar sobre o que pensamos desempenha um papel essencial a pergunta. 

O que é uma pergunta é algo simples de explicar? O que procura uma pergunta apresentar? Uma dúvida, uma inquietação? Uma admiração, uma surpresa podem fazer nascer uma pergunta? E temos sempre de fazer perguntas? Todos conseguimos fazer perguntas e haverá perguntas que incomodam, perguntas que fazem rir? Pode cada um partilhar a sua pergunta a outro, ou isso é algo muito pessoal?

Foi a partir deste ponto de partida que se pensou sobre o que significa fazer perguntas e nesse sentido chegámos às palavras, à comunicação e aos instrumentos  da curiosidade para incentivar o uso da imaginação. Um sonho é uma construção imaginada de algo?

Surgiram palavras que são formas de olhar para a filosofia com / para crianças e que são verbos comunicativos a que chegámos e com os quais pensámos como são importantes para a comunicar:

  • Observar; 
  • Pensar;
  • Dialogar;
  • Concordar / Não concordar;
  • Escutar.
Da leitura do conto A maior flor do mundo, de José Saramago, as crianças de uma turma do 4.º ano (EB de Touguinha) escolheram conjuntos de palavras sobre as que lhes pareceram serem mais significativas para a narrativa. Com recurso ao texto escolheram as que se indicam em baixo e sobre as quais conversamos sobre o seu valor comunicativo na oralidade e na escrita. Foi a primeira fase desta atividade.



terça-feira, 26 de novembro de 2024

Dia nacional da cultura científica - Rómulo de Carvalho

 

 
Acesso no link em baixo ou por QR Code:

Leituras na Biblioteca - O ponto

 


A Vera não sabia desenhar. Perante a folha branca sentia-se a desanimar. A professora sugeriu-lhe que fizesse um rabisco. Ela desenhou um ponto e acrescentou-lhe o seu nome. A professora gostou do resultado e a Vera entusiasmada fez muitos pontos, de diferentes cores. A partir da leitura de O Ponto, de Peter Reynolds, duas turmas de crianças do jardim de infância (ABL) desenharam também alguns pontos. Muitas cores para uma expressão. A arte deve começar o mais cedo possível, um pouco como 0s livros...


 




domingo, 24 de novembro de 2024

Dia nacional da cultura científica - Pedra Filosofal

"Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento. 

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham, 
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."

Dia nacional da cultura científica - Lágrima de preta

 

"Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima 
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente. 

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.

Água (quase tudo)
e cloreto de sódio."

Dia nacional da cultura científica - Poema para Galileo

 Poema para Galileo 


"(...) Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste, (...)"