"Terra azul, lua laranja: a primavera enfeitava-se para a sua primeira aurora. Miyuki, já a pé, corria descalça entre as áleas do jardim. Queria ter a certeza de que tudo estava a postos. - Levanta-te, Avô, levanta-te: O dia despertou antes de ti! - Espera, Miyuki. O dia não se vai já embora. Deixa-me aproveitar a minha almofada macia e os primeiros raios de sol que me entram pela janela. - Olha que perdes o último luar de inverno: Depressa, Avô! Levanta-te, para ainda o apanhares! O avô seguiu Muyuki no carreiro. Curvando-se ao vento ainda frio, os dois saudavam as flores que desabrochavam. - Bom dia, cerejeira! Bom dia, erva-doce! Bom dia, botões de flores! Miyuki saltitava e o Avô apressava-se atrás dela. Porém, entre o musgo, uma pequena flor preguiçava, ensonada, e parecia ignorar o canto da primavera. - Acorda, pequena flor, acorda! - Espera, Miyuki. Nem todas as flores dançam ao mesmo tempo. Esta é frágil e preciosa, está à espera da água mais pura para acordar as suas pé...