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A mostrar mensagens de janeiro, 2025

Memória do Holocausto (III)

  " Estou sentada em cima da minha mochila, no centro de um vagão cheio, e preciso de te ajudar, meu Deus. (...) Estou sentada em cima da minha mochila, o vagão trepida, as crianças dormem e os velhos velam,  e eu vou no transporte e penso que tenho de te ajudar, meu Deus. Tu não tens forças para nos socorrer, por isso eu preciso de vir em teu socorro. Porque tu estás reduzido a tão pouco, e não podes valer a todos, então eu preciso de te dar as minhas forças. Precisas de ajuda, meu Deus, porque estás ferido e exangue. Precisas que eu trate de ti, que te vele, que te dê um pouco do calor que guardo em mim, dentro das camisolas de lã. Que eu guarde este calor por ti, dentro de mim. Eu queria ser o coração pensante dos barracões, meu Deus, porque todos os outros estavam tão ocupados, sempre mais atarefados do que eu. Porque os outros tinham filhos pequenos e os pais a morrerem, e estavam terrivelmente assustados. Mas eu não tinha medo, podia pensar por eles. Podia levar os pensa...

Memória do Holocausto (II) - Cidadania e História

"Nunca nenhum de nós se tinha encontrado numa situação tão perigosa como a da noite passada. Deus protegeu-nos. Imagina a Policia a remexer na estante da nossa porta giratória, iluminada pela luz acesa, sem dar connosco! Em caso de invasão, com bombardeamentos e tudo, cada um de nós pode responder por si próprio. Neste caso, porém, não se tratava só de nós, mas também dos nossos bondosos protectores.  Estamos salvos. Não nos abandones! É apenas isto que podemos suplicar.Este acontecimento trouxe consigo algumas modificações. O sr. Dussel já não trabalha à noite no escritório do Kraler mas sim no quarto de banho. Às oito e meia e às nove e meia o Peter faz a ronda pela casa. Já não pode abrir a janela durante a noite. Depois das nove e meia não podemos utilizar o autoclismo do W. C. Hoje à noite vem um carpinteiro reforçar as portas do armazém. Há discussões a tal respeito, há quem pense que não se devia mandar fazer isso. O Kraler censurou a nossa imprudência e também o Henk ...

Memória do Holocausto (I) - Cidadania e História

O s livros dão-nos a memória do que representou em todos os momentos da existência, o Nazismo e a sua ideologia de extermínio a milhões de pessoas. Do trabalho, à vida pública, às relações sociais, à possibilidade de viver em família, aos gestos mais particulares e íntimos de uma pessoa houve repercussões que o gravaram como a mais baixa forma de existência da Humanidade. Deixamos alguns dos possíveis livros que nos dão essa proximidade do que foi o desespero de milhões de pessoas. Alguns deles estão em mostra na Biblioteca na exposição feita para homenagear uma memória e a mais inexplicável história humana.      

Top - leitores - 1.º período

  Os Leitores que integram o Top5 com mais requisições durante o 1.º período. A todos eles os nossos parabéns! Franco Rivero Christian Ferreira Pereira Danny Pereira da Graça Matilde Fernandes Azevedo

Top livros - 1.º período

                         Os livros mais requisitados durante o 1.º Período (leitura domiciliária)

Eugénio de Andrade

"Escuta, escuta: tenho ainda uma coisa a dizer. Não é importante, eu sei, não vai salvar o mundo, não mudará a vida de ninguém – mas quem é hoje capaz de salvar o mundo ou apenas mudar o sentido da vida de alguém? Escuta-me, não te demoro. É coisa pouca, como a chuvinha que vem vindo devagar. São três, quatro palavras, pouco mais. Palavras que te quero confiar, para que não se extinga o seu lume, o seu lume breve. Palavras que muito amei, que talvez ame ainda. Elas são a casa, o sal da língua." Eugénio de Andrade,  O Sal da Língua . Fundação Eugénio de Andrade

Livros do mês - janeiro

"Recomeça… Se puderes,  Sem angústia e sem pressa.   E os passos que deres,   Nesse caminho duro  Do futuro,  Dá-os em liberdade.   Enquanto não alcances  Não descanses.  De nenhum fruto queiras só metade.  E, nunca saciado,   Vai colhendo  Ilusões sucessivas no pomar E vendo Acordado, O logro da aventura. És homem, não te esqueças! Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças." Miguel Torga,  Diário XIII .

Miguel Torga - O território como identidade

De seu nome Adolfo Correia da Rocha e com a profissão de médico é um dos mais importantes escritores do século XX. Escreveu sob o pseudónimo de Miguel Torga . Miguel, em homenagem a duas figuras da cultura universal, Cervantes e Unamuno . Torga, em homenagem à sua natureza transmontana. Natural de Sabrosa, distrito de Vila Real, construiu uma obra vasta, variada que abarcou, a poesia, o romance, o conto e as memórias Fundou várias revistas literárias e publicou, desde 1928, uma extensa obra, podendo-se destacar Os Bichos , Novos Contos da Montanha  e os Diários . Recebeu diferentes prémios entre 1969 e 1981 (Diário de Notícias, Poesia de Bruxelas, Prémio Montaigne). A sua escrita apresenta o encanto silvestre e a originalidade humana desse reino único, muito especial, a que ele deu o nome de maravilhoso. A sua obra e a sua figura são a morada desse tempo quase eterno onde a montanha faz nascer a liberdade e a beleza. É um autor que nos recorda o valor da paisagem e de como ela é u...

Difusão da Informação

Janeiro...

                                                                                                                   " J aneiro é um mês, quase inteiro, de frio, chuva, nevoeiro. Mas há um sol em janeiro, um sol discreto e fagueiro, em raras manhãs de azul, que sorri por entre o frio e acende um pequeno braseiro no coração mais sombrio." João Pedro Mésseder, O livro dos meses  Imagem, in http://www.jungeunpark.com/main.html

Recomeçando...

  Recomeçar pode ser uma nova forma de começar, ou dar outras cores ao que já se fez e ainda se imagina como uma possibilidade. Miguel Torga deu-lhe essa ideia de desafio para superar todas as dificuldades afirmando a nobreza do que cada um pode ser. Recomeçar como? Recomeçar com a imaginação, juntando ideias, inquietação, ou espanto pelo que pode deslumbrar, exprimir o que cada um deseja ser, a sua aprendizagem nas coisas. Recomeçar é no fundo afirmar, mais uma vez, de um modo diverso o pensamento que se apresenta capaz de exercer as diversas formas da cidadania. Recomeçar é sonhar outra vez com outras formas de expressão. Bom recomeço a todos... Imagem,  Nate Williams , in  http://www.n8w.com/newweb/index.php