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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2024

Na memória de Rómulo de Carvalho

Existem palavras plantadas há muito, memória de um caminho que foi feito de plena curiosidade. Muitos gestos feitos com a imaginação a sondar os possíveis chegam a nós, aprendizes desta experiência feita mundo. Descobri-los e aprender com eles é compreender o que ficou tantas vezes perdido nas balizas do utilitário. Rómulo de Carvalho foi um ser excecional. Ele e o seu amigo António Gedeão criaram textos, experiências, manifestos culturais e científicos de infinitas multiplicidades. Com eles encontramos a divulgação científica, o artigo, o livro, o poema, o sonho de vencer o preconceito e a ignorância pela luta diária do pensamento. Que pessoas moravam em Rómulo e António Gedeão?  Falamos modestamente e limitadamente dele, relendo um pouco das suas Memórias onde vive a sua experiência humana de um pouco mais de oito décadas, a sua perturbante honestidade de nos falar das grandezas e das misérias humanas. Lemos alguns poemas e com os professores de Físico - Química / Português foi...

Atividades de leitura - A maior flor do mundo (I)

Pensar as nossas escolhas, o que decidimos fazer e ou escolher são apenas algumas das possibilidades que o pensar nos permite concretizar. Como pensamos? Com palavras, com as emoções, com aquilo que nos envolve? No pensamento e no pensar sobre o que pensamos desempenha um papel essencial a pergunta.  O que é uma pergunta é algo simples de explicar? O que procura uma pergunta apresentar? Uma dúvida, uma inquietação? Uma admiração, uma surpresa podem fazer nascer uma pergunta? E temos sempre de fazer perguntas? Todos conseguimos fazer perguntas e haverá perguntas que incomodam, perguntas que fazem rir? Pode cada um partilhar a sua pergunta a outro, ou isso é algo muito pessoal? Foi a partir deste ponto de partida que se pensou sobre o que significa fazer perguntas e nesse sentido chegámos às palavras, à comunicação e aos instrumentos  da curiosidade para incentivar o uso da imaginação. Um sonho é uma construção imaginada de algo? Surgiram palavras que são formas de olhar para a ...

Dia nacional da cultura científica - Rómulo de Carvalho

    Acesso no link em baixo ou por QR Code: Folheto de apresentação de Rómulo de Carvalho e do seu  amigo António Gedeão

Leituras na Biblioteca - O ponto

  A Vera não sabia desenhar. Perante a folha branca sentia-se a desanimar. A professora sugeriu-lhe que fizesse um rabisco. Ela desenhou um ponto e acrescentou-lhe o seu nome. A professora gostou do resultado e a Vera entusiasmada fez muitos pontos, de diferentes cores. A partir da leitura de  O Ponto , de Peter Reynolds, duas turmas de crianças do jardim de infância (ABL) desenharam também alguns pontos. Muitas cores para uma expressão. A arte deve começar o mais cedo possível, um pouco como 0s livros...  

Dia nacional da cultura científica - Pedra Filosofal

"Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso, como este ribeiro manso em serenos sobressaltos, como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam, como estas aves que gritam em bebedeiras de azul. Eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo, que fossa através de tudo num perpétuo movimento.   Eles não sabem que o sonho é tela, é cor, é pincel, base, fuste, capitel, arco em ogiva, vitral, pináculo de catedral, contraponto, sinfonia, máscara grega, magia, que é retorta de alquimista, mapa do mundo distante, rosa-dos-ventos, Infante, caravela quinhentista, que é Cabo da Boa Esperança, ouro, canela, marfim, florete de espadachim, bastidor, passo de dança, Colombina e Arlequim, passarola voadora, pára-raios, locomotiva, barco de proa festiva, alto-forno, geradora, cisão do átomo, radar, ultra-som, televisã...

Dia nacional da cultura científica - Lágrima de preta

  "Encontrei uma preta que estava a chorar, pedi-lhe uma lágrima para a analisar. Recolhi a lágrima  com todo o cuidado num tubo de ensaio bem esterilizado. Olhei-a de um lado, do outro e de frente: tinha um ar de gota muito transparente.   Mandei vir os ácidos, as bases e os sais, as drogas usadas em casos que tais. Ensaiei a frio, experimentei ao lume, de todas as vezes deu-me o que é costume: nem sinais de negro, nem vestígios de ódio. Água (quase tudo) e cloreto de sódio."

Leituras na Biblioteca - imaginar um jardim

  Construir um jardim imaginário. Pensar nesse espaço como lugar de encontro, foi o que as crianças do 1.º ano fizeram. O que pode ter um jardim? Que cores elementos cada um vê nele? É um lugar importante? De que modo? Desenhar esses espaços e conversar sobre esses elementos que nos rodeiam. Como um desenho ilustra uma ideia e que palavras escolher para o apresentar? 1.º ano da ABL.     

Leituras na Biblioteca - O jardim secreto

A linguagem nas suas diversas formas permite pensar o que nos rodeia e com ela, sejam linhas, cores, ou palavras   exprimir uma ideia, uma opinião. É um dos caminhos para a leitura orientada para os mais jovens. Foi essa proposta feita com uma turma do 1.º ano. O Jardim curioso , de Peter Brown é a história verdadeira de um jardim recuperado em Manhattan. A visita a uma   velha linha de caminho de ferro e a u conjunto de fábricas abandonadas permitiu ao Jorge ver o que o rodeava e talvez mudar alguma coisa. Flores ainda rebentavam entre o lixo industrial. Poderia ele mudar alguma coisa no local? Podemos nós no natural fazer algo e com isso aprender algo? E se sim, o que nos podem dar os jardins para o quotidiano de cada um? Uma pergunta para pensar em formas e em cores A linguagem nas suas diversas formas permite pensar o que nos rodeia e com ela, sejam linhas, cores, ou palavras exprimir uma ideia, uma opinião. É um dos caminhos para a leitura orientada para os mais jo...

Um poema...

"Em todos os jardins hei-de florir, Em todos beberei a lua cheia. Quando enfim no meu fim eu possuir Todas as praias onde o mar ondeia. Um dia serei eu o mar e a sereia, A tudo quanto existe me hei-de unir, E o meu sangue arrasta em cada veia Esse abraço que um dia se há-de abrir. Então receberei no meu desejo Todo o fogo que habita na floresta Conhecido por mim como um beijo. Então serei o ritmo das paisagens, A secreta abundância dessa festa Que eu via prometida nas imagens." Sophia, “Em todos os jardins”, in Obra Poética. Lisboa: Assírio & Alvim, 2015. Imagem: Copyright – m.ban.

O livro e a leitura I

Celebrar os momentos íntimos da leitura! “Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, indubitavelmente, o livro. Os outros são extensões do seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da vista; o telefone é o prolongamento da voz; seguem-se o arado e a espada, extensões do seu braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória.” Borges, Jorge Luís. Ensaio. São Paulo: Companhia das Letras.  Imagem: Copyright - Teodor Axentowicz , "Absorvida na leitura", Polónia (2ª metade do século XIX e primeiros anos do século XX).

A Criatividade e o seu papel na aprendizagem

Ken Robinson foi uma figura inspiradora para a mudança significativa que a educação necessita, enquanto sistema formativo em si, mas também como elemento de possível felicidade para as pessoas e de transformação com significado com a sociedade. As suas apresentações em diversas plataformas evidenciaram um conjunto de mudanças que precisamos pensar. Algumas das suas palavras e um dos vídeos sobre uma das suas estimulantes ideias. "Estamos a educar crianças e jovens desprovidas de criatividade. Que ferramentas usarão no futuro? É essencial repensar os princípios sobre os quais assentam os sistemas educativos! Sou de opinião que a criatividade é hoje tão importante na educação quanto a alfabetização e que deveríamos tratá-la com a mesma importância. As crianças assumem riscos e perante o que lhes é colocado respondem. Elas não têm medo de errar. O que sabemos é que, quem não está preparado para errar, nunca poderá ter uma ideia original. E quando se tornam adultas, a maioria já p...

Na memória de Sophia

Na memória de Sophia de Mello Breyner Andresen: (Porto, 06.11.1919) Nos tempos de utilidade em que vivemos a dimensão poética tornou-se algo quase despercebido, pouco considerado. E, no entanto, estamos muito carentes de encontrar na beleza o suporte para representar pela arte no seu sentido geral, a nossa dimensão poética. Sophia que nasceu num seis de novembro falou-nos muito disso, dos valores espirituais, como suporte a uma cultura de alma. Ver com essa graça é um dos testemunhos da sua obra poética e para crianças. E nesse sentido todos, ou talvez alguns poderíamos procurar olhar aquilo que ela chamou "o tempo inteiro", a visão poética do mundo e uma forma de o viver. A poesia como uma forma específica e substantiva concreta de existir, foi um dos seus caminhos na vida, como se a forma de olhar o mundo pudesse ser uma forma de existência desse tempo inteiro. Um baloiço rente ao chão e ao mar, como um espaço de tempo, onde a liberdade se povoa de um pensamento fei...

A grande fábrica de palavras - II

As palavras apresentam-se como recursos de comunicação para nos ligarmos ao mundo, expressarmos os nomes das coisas e escrevermos o nosso sentido, a nossa visão do mundo. Serão elas a nossa única forma de nos expressarmos? A emoção e o que pensamos pode ser expresso de um outro modo? E serão esses outros modos possíveis de nos fazer entender no que queremos expressar?  E as palavras, quais são as que mais importam a cada um e a quem as oferecer? Foi sobre isto que falámos com as crianças do 2.º ano. Elas pensaram em duas palavras, em alguém a quem as oferecer e apresentaram essa escolha. Deixamos em baixo algumas dessas palavras.       Atividade realizada a partir da leitura da obra, A grande fábrica de palavras  de  Agnés de Lestrade.

Leituras na Biblioteca - a grande fábrica de palavras - I

  "Existe um país onde as pessoas quase não falam. É o país da grande fábrica de palavras. Neste estranho país é preciso comprar e engolir as palavras para pronunciá-las. A grande fábrica de palavras trabalha de dia e de noite. As palavras que saem das suas máquinas são tão variadas quanto as linguagens. Há palavras que são mais caras que outras e que raramente são ditas; a não ser que sejamos muito ricos! No país da grande fábrica, falar sai caro!" As palavras e a linguagem são um património pessoal de cada um para reconhecer o mundo e identificar as coisas, os seus nomes e estabelecer uma relação com os outros. Nós somos as palavras que temos e o mundo de que somos feitos é desenhado pelo nosso vocabulário. Lemos e escrevemos usando esse recurso com o qual nos relacionamos com o mundo. A grande fábrica de palavras  foi uma das histórias lidas a crianças do 2.º ano para em conjunto percebermos de onde vem as palavras, que valor elas têm quando usadas, como as utilizamos ...