Vivemos numa história, naquilo que de nós sabemos contar ou interrogar e toda a nossa relação com o mundo e com os outros é feita pelas narrativas que nos identificam, nos dão corpo, como um sinal que sabe identificar os nomes das coisas, aquilo que pode ser a nossa bússola no vasto mundo onde vivemos. O que faríamos se não nos identificássemos com algumas histórias, com o que de nós contam, como desejo ou inspiração de um caminho? Aquilo que para nós tem sentido, que conduz o nosso esforço e determinação são as nossas histórias. Viver é religarmo-nos às histórias de cada um. Contamos ou lemos histórias para criarmos aquilo que mais nos importa, uma emoção capaz de construir um lugar, ou só de imaginar o que pode ser cada um dos nossos gestos na difícil, espantosa e misteriosa forma que a vida nos dá a contemplar. Salvamo-nos com histórias, a sua experiência nas palavras, mas também podemos por elas perder algum sentido, sobretudo quando não sabemos interrogar pela n...