Em maio surge uma festividade muito ligada ao mundo rural, mas de grande importância para a valorização da Terra como sistema de vida e de espiritualidade. No início de maio é costume celebrar-se "as Maias". Trata-se de uma festividade antiga que remonta aos tempos mais antigos. Assim, desde as civilizações agrícolas na Pré-História diversas culturas celebraram o culto da fertilidade da Terra. As culturas pagãs também foram muito marcadas pelas "Maias", nomeadamente nos Celtas e mais uma vez a sua finalidade era invocar a proteção da Natureza. Esta tradição mantém-se e hoje caracteriza-se pela colocação de giestas amarelas na porta da casa de cada família.
"As Maias" estão ligadas ao fim do Inverno e ligam-se à ideia de proteção e de fertilidade da Natureza, anunciando a Primavera, de um modo mais efusivo. A escolha das giestas justifica-se pela facilidade em serem colhidas no campo e escolhem-se as amarelas, pois elas têm um significado muito ligada à cor e à vida.
A civilização romana já comemorava "as Maias". Na verdade "Maia" era a deusa romana da fecundidade e era a deusa mãe de Mercúrio, que era o mensageiro dos deuses na mitologia romana. Roma celebrava a Floralia que se realizava no início de maio e que procurava celebrar a deusa Flora e a própria Primavera.
Existem diferentes narrativas ligadas às "Maias" na cultura cristã, como suporte da história bíblica no Egito e da proteção de Jesus nesse seu caminho.
Em diferentes países europeus esta tradição mantém, embora com particularidades próprias, como seja "O mastro de Maio" na Europa Central, ou o "Maio-Moço", como é conhecido em algumas regiões de Portugal. No Minho a colocação de giestas durante a noite anterior a um de maio simboliza a proteção para os dias primaveris e que os "maus espíritos" sejam afastados. É genericamente uma festividade ligada aos rituais agrícolas e aos tempos da Terra. É uma festividade muito interessante e marcante para nos recordar a nossa ligação aos elementos essenciais da vida e do planeta, na conexão com tudo o que vive em cada ser humano, na sua própria espiritualidade de evocação do natural.
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